ESG e tecnologias disruptivas: uma combinação necessária

Entenda como novas tecnologias podem contribuir para um mundo sustentável e menos poluído

Atualmente estão em pauta no Supremo Tribunal Federal (STF) uma série de discussões envolvendo o meio ambiente e cujas decisões possuirão um impacto sentido por anos sobre a preservação ambiental no país.

Neste sentido, parece oportuno pensar em como ESG (uma buzzwword que significa fatores sociais, ambientais e de governança), pode contribuir para um planeta melhor, sobretudo na sua interação com novas tecnologias.

Quando se fala sobre meio ambiente, deve-se considerar que há uma série de tecnologias capazes de contribuir para um planeta menos poluído. Aqui, o enfoque é dado a tecnologias que permitam a empresas e cidadãos fazerem escolhas conscientes sobre as condições de produção dos itens que consomem.

A importância de se permitir que tenhamos todos acesso a informações relevantes sobre as condições de produção de alimentos e dos mais diversos bens da vida advém da potência dada pelo exercício da cidadania. Explica-se, o crescimento da preocupação ambiental não veio acompanhada de accountability dos produtores dos bens de consumo, periodicamente protagonizando escândalos ambientais ou tendo trabalhadores atuando em condições degradantes.

Uma tecnologia que se mostra capaz de permitir a escolha consciente de empresas e fornecedores que atuam com base em fatores ESG é o blockchain, conhecido pela criptomoeda Bitcoin, mas cujos preceitos subjacentes são cruciais para o rastreio da origem de alimentos e produtos de consumo.

Sendo dotado de uma imutabilidade em seu registro, já é possível utilizar blockchains para rastrear a origem da carne comprada para ter certeza de que não é proveniente de áreas de desmatamento ilegal, tampouco de empresas envolvidas com condições ultrajantes de trabalho.

A disseminação dessa tecnologia disruptiva permitirá que sejam feitas escolhas conscientes, com a possibilidade efetiva de não consumir produtos que sejam produzidos em desacordo com preceitos ESG.

Este é apenas um dos casos nos quais a tecnologia é essencial para a efetiva implementação de fatores ESG. Em breve, mais alguns casos em que a disrupção contribui para um mundo melhor.

Andreu Wilson
Advogado sênior no LCFC+ Advogados, membro da Comissão de Energia Elétrica do IAB e professor universitário. Doutorando em Teoria do Estado e Direito Constitucional pela PUC-Rio.
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