Como atrair e reter gênios?

O final do ano sempre estimula reflexões, balanços e planejamentos para o novo ciclo que se inicia. Pensando nisso, busquei identificar quais foram os maiores acertos do ano, bem como os principais objetivos para 2020. As duas questões surpreendentemente desembocaram no mesmo resultado!

peca de xadrez

O final do ano sempre estimula reflexões, balanços e planejamentos para o novo ciclo que se inicia. Pensando nisso, busquei identificar quais foram os maiores acertos do ano, bem como os principais objetivos para 2020. As duas questões surpreendentemente desembocaram no mesmo resultado!

Todos os aspectos positivos do ano de 2019 estão relacionados com as “novas” pessoas que chegaram, e com as “velhas” pessoas que permaneceram, nos projetos que lidero. Por mais óbvio que pareça, – e são muitos os que não conseguem ver ou entender –, seres humanos são a base de tudo. E com as organizações não é diferente!

Só existe uma única questão que se coloca para todo empreendedor: Como atrair e reter gênios? O resto é resto...

Abaixo listo 7 questões que podem ajudar na árdua e única relevante tarefa de atrair e reter gênios.

1. Quem são os gênios?

Gênio é sem dúvida uma palavra forte. E antes que você pense: “O conceito de gênio está completamente banalizado!” ou “Quem esse cara pensa que é para chamar os outros de gênios?”, vou utilizar o simples conceito do Wikipedia, que define gênio como sendo “uma pessoa com grande capacidade mental. Ela pode se manifestar por um intelecto de primeira grandeza, ou um talento criativo fora do comum”.

Aí que nascem as dúvidas: Gênios são seres de outra dimensão? Humanos dotados de características próprias que não podemos explicar? Trata-se de um aspecto inerente?

Particularmente gosto muito do livro Fora de Série, do Malcolm Gladwell, e da sua respectiva definição de Outliers. Na obra o autor explica que o sucesso está relacionado com muita prática e oportunidade.

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Na minha humilde opinião, diversas são as características que elevam um determinado indivíduo para o patamar de genialidade (aspectos genéticos, sociais, culturais e educacionais). No entanto, uma característica parece ser fundamental! Gênios apresentam um fanatismo, uma devoção enorme, que nos leva sempre ao seguinte questionamento: “Fulano adora fazer tal coisa porque é muito bom? Ou ele é muito bom pois adora fazer tal coisa?”.

Gênio é o indivíduo feliz, pois felicidade é explorar ao máximo suas capacidades!

Gênio é o sujeito pleno, que faz aquilo que foi feito para fazer.

Mas para atingir este estado mental, o “Flow”, é fundamental entender algumas regras para se relacionar com os gênios.

2. Gênios não precisam ser estimulados nem desestimulados

Esqueça isso! Gênios não precisam de estímulos externos. Gênios não precisam ser empurrados. Gênios possuem a luz dentro de si. Isso não significa dizer que os gestores não possam aumentar a força de seus gênios, cultivá-la e ajudá-la no seu florescimento. Mas gênios de verdade possuem uma energia própria que os impulsiona a seguir em frente.

No entanto, gênios não precisam nem podem ser desestimulados. Nem mesmo sob o pretexto de que é preciso diminuir a arrogância, baixar a bola ou coloca-los em seu devido lugar. Gênios não são arrogantes. Gênios não fazem pelo outro, mas por si próprios. O problema está muitas vezes nas organizações, que não foram prototipadas para receber os gênios. Muitas organizações são desenhadas para receber meros executores.  

3. Gênios precisam sempre ser desafiados

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Gênios não se acomodam, nunca estão confortáveis. É preciso desafiar sempre um gênio. Trata-se de um eterno recomeço. É função do líder das organizações expor os projetos ao desafio constante. A caminhada é eterna.

4. Gênios precisam de autonomia

Gênios não precisam de ordens, mas de objetivos. Gênios fazem seu próprio caminho. Gênios precisam de espaço para criar. Gênios precisam de espaço para errar. Gênios não querem piscina de bolinhas, nem estrelinhas. Mas gênios não querem que controlem seus horários, que microgerenciem. Gênios não aceitam serem liderados por pessoas medíocres. Gênios não precisam que lembrem de suas obrigações constantemente.

5. Gênios precisam de propósito

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Gênios precisam comer, dormir e adoram ter uma vida boa (especialmente para não precisarem se preocupar com aspectos materiais, e assim poderem focar suas energias nos seus projetos). Mas gênios são movidos por propósitos. Gênios sabem de suas capacidades, e sabem que devem emprega-las em prol de propósitos maiores. Gênios tem alma e só conseguem se conectar efetivamente com projetos que também possuem alma.

6. Gênios atraem gênios

Gênios adoram conviver com gênios. Gênios indicam gênios para as organizações. Gênios se reconhecem. Gênios não tem medo de outros gênios. Gênios não sentem ciúmes de outros gênios. Gênios juntos se potencializam. Gênios tendem a querer expelir não gênios.

7. Não trate gênios como idiotas

E o mais legal de tudo, os gênios validam ou invalidam as organizações. Gênios não aceitam serem tratados como idiotas. Desta forma, forçam as organizações a serem autênticas.

Ps. É uma felicidade (e um desafio enorme) trabalhar com tantos gênios!

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bruno feigelson
Bruno Feigelson
Doutor e mestre em Direito pela UERJ. Sócio do Lima ≡ Feigelson Advogados. CEO do Sem Processo. Fundador e Membro do Conselho de Administração da AB2L (Associação Brasileira de Lawtechs e Legaltechs). CEO da Future Law. Fundador da Lif≡ Aceleradora. Chairman da Dados Legais e da Lawgile. É professor universitário, palestrante e autor de diversos livros e artigos especializados na temática Direito, Inovação e Novas Tecnologias.
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